terça-feira, 31 de julho de 2007

Um cheiro na testa

Queria deixar aqui, minha homenagem a um amigo ET, que pegou uma nave espacial na Quinta-feira e foi para um lugar bem distante.

Não é distante o suficiente para eu esquecer os poucos momentos que tive com ele. Mas é tão tão distante que me permite sentir saudades.


Obrigada pelo incentivo de sempre. Obrigada por me chamar de et, e ao mesmo tempo dizer que tou bonita e amarela.

Vai em paz, menino dos cheiros na testa.

=* Nunca vou esquecer o gosto daquele bolo de chocolate que nunca comi. Mas foi um dos melhores.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Marcelo (a), Marmelo (a), Martelo (a)

Marcelo. Marmelo. Martelo.


Pode fazer uma pesquisa. A maioria dos Marcelos e marcelas leu esse livro.

Por sinal, era o de cabeceira quando eu tinha cabeceira. Antes de sequestrarem a minha.


Está aberto o post Marcela, marmela , martela:


Por que esse post é tão idiota?

Por que escurece?

Por que eu tenho 1,80 e mesmo assim adoro bichinho de pelúcia?

Aliás, por que todo alto é meio desajeitado?

Por que João tinha um pé de feijão?

Por que feijão combina com arroz?

Por que feijão com arroz é tão feijão com arroz?

Por que o almoço aqui se chama almoço e o jantar se chama jantar?

O jantar não pode ser na hora do almoço?

Por que Iogurte tem um cheiro tão gostoso? E não tem cheiro de beterraba?

Por que tudo que é gostoso engorda?

Por que engordar não é tão bom quanto crescer?

Por que é mentira que não se cresce mais depois da menarca?

Por que o amor é platônico quando se é jovem e ilusão quando é maduro?

Por que diabos eu tenho que amadurecer?

Pai, eu sou uma fruta?

Por que existem bichinhos de pelúcia?

por que o cachorro late e não mia?

Por que o nome do sonho é sonho?

Quer dizer que se eu dormir e sonhar muito, vou engordar?

por que namorados são tão namorados?

Por que a vida acaba?

Por que eu digo que quero uma coisa pra sempre, se não sou pra sempre?

Sempre não é nada?

Por que existe pergunta pra tudo, se nem sempre se tem resposta?


Quem surgiu antes, a duvida ou a pergunta?

Por que às vezes sou tão boba?


Deve ser por que tenho 1,80.

terça-feira, 24 de julho de 2007

MINGO

Porque Nana é sim minha amiga preferida. Só ela poderia conhecer tanto essa história.

Essa é a história de um cão chamado Mingo,
Que nasceu na prateleira de uma loja do Shopping,
Morou dois dias dentro de uma caixa de presente
E foi viver o resto da vida no colo de uma moça
Entre um sorriso e um abraço.

Ninguém sabia por que raios o cão se chamava Mingo –
aliás, Mingo não era um cão, era um cachorro –
ou melhor, era um cachorrinho.
E tinha que ser mesmo assim, no diminutivo,
com esses olhinhos escuros e esse focinho rosa.
Tinha gente que dizia que era pra rimar com Domingo,
Que é uma palavra que não rima com quase nada.
(Ficava bom danado pra fazer poesia!)
Tinha gente que dizia que foi erro de cartório,
E em vez de registrarem Amigo, registraram Mingo,
Com um N a mais e um A a menos no pacote.
Mas convenhamos, Mingo é muito mais bonito que Domingo,
Amigo, Rex, Totó, Spike, Bingo, Lobinho ou José Paulo.

A dona de Mingo media dois metros e oitenta e sete de altura.
Imagine só como não era complicado descobrir o que a dona sentia,
Visto que não dava pra ver nem sorriso nem lágrima no rosto dela,
e ela não tinha uma longa cauda peluda como ele.
Então Mingo tinha um artifício infalível:
(artifício é quando a gente bola um plano tão esperto
que não dá pra chamar só de plano)
Fazer cara de fofo, rolar de barriga pra cima, fazer olho pidão
e sentar em cima do computador pra olhar de relance o rosto dela.
Então ela dizia “Mingo bonito!” e Mingo ficava todo feliz,
como se fosse de pelúcia, caramelo e chocolate.

A coisa que Mingo mais gostava era de ver a dona escrever.
A dona de Mingo demorava duas horas pra encaixar as pernas,
(Que mediam um metro e oitenta cada uma)
Mais meia pra encaixar os quadris, os braços,
Outra boa meia hora pra curvar o pescoço
E alcançar o teclado pra começar a digitar.
Imagine, eram umas três horas só pra se preparar pra escrever.
Então Mingo, que de tanto esperar sentado em cima do computador,
E de tanto ver letrinhas aparecendo na telinha branca,
Começou a, dentro a cabecinha dele, criar palavrinhas
Além de au, au au, au au au e grr.
Primeiro foi Amor, que é uma palavra bonita e fácil
E todas as outras palavras derivam dela
(derivar é a mesma coisa de “vir de”, mas também quer dizer que um barco se perdeu no meio do mar e tem alguém com coração pequeno na beira de um cais).
Depois ele aprendeu a palavra “Compre”, “aproveite essa promoção”
E “não perca, últimos dias”, porque a dona de Mingo era escritora,
Mas era uma escritora que só escrevia romances sobre uma promoção e uma queima de estoque.

Mingo então passava a noite toda entre um abraço e um último beijo de boa noite, mas nunca conseguia dormir.
Mingo pensava nas palavras, que nasciam e cresciam dentro dele.
(E ele era tão pequeno que ninguém conseguia entender como é que cabia lá uma palavra como inconstitucionalicionalidade.)
Com as noites, Mingo aprendeu que existiam palavras bonitas e feias.
Golfinho. Amêndoa. Céu. Via láctea. Estrela Cadente. Morango.
Eram palavras que chega davam gosto de pensar.
Amiúde. Alhures. Quiçá. Mister. Quinhão. Lixeira com elas.
E foi assim, aprendendo a separar as bonitas das feias,
a vibrar quando encontrava uma proparoxítona e a criar palavras
como quibiriqui, abenaco, ferlim e parafonte,
que Mingo se transformou no primeiro cachorrinho expert em palavras.

Quem é que já viu um cão expert em palavras, meu Deus?
Cão não – cachorrinho!
Quem já viu? Ninguém. Mas a dona de Mingo via sim, todo dia.
E todas as vezes que ela estava em dúvida da palavra que ia vir
Entre um “aproveite” e um “últimas ofertas” ela olhava pra Mingo,
que só com aquele olharzinho de cachorro passava exatamente
a palavra que casasse bem como queijo e presunto num sanduíche.
E assim, Mingo e sua Dona escreveram, escreveram, escreveram,
em cada canto em branco de cada papel do mundo
até cansarem e dormirem entre um abraço e um último beijo de boa noite.

E é assim que acaba a história de Mingo.
Quer dizer, acaba por agora, porque no próximo segundo mesmo
ele e sua dona já estarão começando uma nova história,
cheia de palavras bonitas e enredos mirabolantes
até que acabe a última pontinha em branco de papel do mundo.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

E se eu pudesse escolher sonhos em um JukeBox?

Escolha um ritmo.

Algo novo? Um ritmo antigo? Utópico. Platônico. É verdade que os sonhos não têm muita lógica. São as horas mais irracionais das 24 horas do dia.
Mas como seria?
Poderia realizar-se o impossível. Repetir o mesmo sonho, quantas vezes quisermos. Sonhar de acordo com o nosso humor, com a nossa sintonia, com o nosso desejo.
Se é o sonho é apenas um desejo. Então, vamos lá. Sonhar é como escolher cada nota, mas cada nota perdida no inconsciente.

Assim não tem graça. Prefiro sonhar que um dia sonhos podem ser escolhidos no JukeBox.Imagine a sinfonia louca de sonhos em um mesmo lugar. Sonhos de nostalgia, sonhos de chocolate, sonhos de rock pesado, ou sonhos com letras cheias de blasfêmias.

Sonho de um beijo que não existe. Quantas pessoas colocariam mil vezes pra repetir esse mesmo sonho?

Garçons alados. Mesas voadoras. Corações partidos em xícaras de café.

Imagina a quantidade de letras sem significado ia aparecer. Letras românticas que de repente virariam um tratado popular. E quantos iriam ganhar a vida criando dicionários de letras de música.

E se os sonhos fossem divididos em ritmo. Em álbuns. Em ano. Lembra do álbum dos sonhos encantados? Um dos mais tocados é aquele que eu posso voar. E provavelmente, ninguém teria coragem de dizer: o sonho acabou.

E se eu arriscar escolher aquele álbum ali desprezado? Aquele que todo mundo tem medo. Escolhe comigo? Eu não entro jamais em um pesadelo sozinho.

Mais pesadelo poderia significar emoção. Claro. Já parou para pensar que o sonho teria entre 3 a 5 minutos?

Pouco sei sobre sonhos. Mas a verdade é que se eu pudesse escolher mais algum em um Juke Box, iria pedir pra não sonhar.

O imprevisível é bem melhor. É como abrir uma caixinha de música e não saber o que vai tocar.

Faz o seguinte.Tapa meus olhos e escolhe uma música pra mim.