segunda-feira, 5 de maio de 2008

Sem escalas

Tinha fascínio por aviões. Até hoje, ele nunca foi capaz de entender se o medo de avião era ainda maior do que o seu fascínio por eles. Toda vez que ele entrava em um avião, já pensava na possibilidade de morrer. E rápido. O que é deveras contraditório, afinal, a despedida, que muito o lembra o avião, acabava matando-o lentamente. Eram dias alternados entre saudades e solidão. Por um outro instante, ele lembrou que não gostava da janela do avião. Ela não não era recomendada para esse tipo de pessoa, assim que nem ele, que sempre olha para trás. Mesmo que a lembrança por vezes o machuque, ele só sossega assim. Consumando a curiosidade sem pensar muito nos seus sentimentos. E foi assim, que por entre nuvens, ele descobriu alguém. Pouco a pouco, ele descobriu, que na verdade, nem havia entrado no avião. O medo da saudades e a dor da despedida teriam sido tão grandes que ele só poderia compará~las a seu maior medo. O medo deo avião.